Franquias e microfranquias, de acordo com Sidnei Gonçalves, em matéria para o site Supera Franquia, são dois modelos de negócios dentro do sistema de franchising, aquele em que há sempre duas partes envolvidas: o franqueador, dono de uma marca normalmente já consolidada no mercado, e o franqueado, que é uma pessoa que deseja investir nessa marca.

Gonçalves comenta que a diferença entre uma franquia e uma microfranquia está no valor de investimento inicial que precisa ser feito pelo franqueado para montar o negócio do franqueador. Nesse sentido, as chamadas microfranquias exigem do futuro microempresário um aporte financeiro menor do que as franquias tradicionais. Atualmente, de acordo com o Sebrae, este valor é de R$ 90 mil; portanto, as franquias que exijam um valor de investimento inicial de até R$ 90 mil são classificadas como microfranquias.

Claudia Varella, em matéria para o UOL, afirma que, durante a pandemia, cresceu a procura pelas microfranquias. Houve casos, como o do RapidãoApp, aplicativo de delivery, em que as vendas aumentaram 400% de março a outubro, em relação ao período de novembro de 2019 (início das atividades da empresa) a fevereiro de 2020. O UOL também ouviu outras empresas que relataram aumento na venda de microfranquias ou tiveram que adaptar esse modelo de negócio durante a pandemia, como a Multysat, rede de monitoramento de veículos. Caso queira conhecer algumas opções de negócio com investimento inicial de R$ 5.500 a R$ 90 mil, acesse a matéria publicada pelo UOL: <https://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/2020/11/19/aumento-procura-microfranquias-pandemia-opcoes.htm>.

Para Adriana Auriemo, diretora de microfranquias da ABF, os principais perfis dos que compraram franquia na pandemia são profissionais que perderam o emprego e, com o dinheiro da rescisão, decidem investir e pequenos empresários que aproveitam a queda dos preços dos aluguéis e a baixa dos juros para abrir novas frentes. Há ainda, mas em menor número, franqueados que decidiram expandir suas operações e investidores em busca de diversificação nos negócios.

De acordo com o Sebrae, abrir uma franquia gera inúmeras vantagens ao franqueado, tais como: iniciar um negócio contando com a credibilidade de um nome ou marca já conhecida no mercado; contar com o apoio do franqueador; existência de um plano de negócio; maior garantia de mercado; melhor planejamento dos custos de instalação e independência jurídica e financeira.

Apesar das vantagens, Varella comenta que, antes de comprar uma franquia, é imprescindível conhecer algumas recomendações de especialistas, como, por exemplo, não investir todo o seu dinheiro no negócio e ler atentamente a Circular de Oferta de Franquia (COF). Outro alerta é tomar cuidado com franquias baratas. Para especialistas, um risco comum que se corre ao comprar negócios de baixo valor é o franqueado se tornar, na prática, um vendedor dos produtos da franqueadora, e ainda pagar taxas altas para isso. Também é preciso se preparar para gerenciar o seu próprio negócio, como estudar sempre e manter-se atualizado.

Murilo Carneiro, consultor e professor universitário, mestre em Administração pela FEA-RP/USP, e-mail:muca.ml@uol.com.br